domingo, 4 de maio de 2008
Que país é esse?
Contexto Histórico
A arte respondeu a essas mudanças rompendo com as normas tradicionais, criando novas formas de expressão e popularizando as artes visuais, enriquecendo assim, o campo das artes aplicadas.
As inovações tecnológicas abriram caminho para novas formas de comunicação visual, dentre elas o design gráfico.
O design gráfico dos países baixos acompanhou essa conjuntura ao buscar a integração entre texto e imagem , a simplificação da imagem e uma inovação tipográfica.
O Movimento De Stijl
Além das belas-artes, o De Stijl influenciou o desenho do mobiliário, têxteis, interiores, arquitetura e grafismo. Nos trabalhos tridimensionais do grupo, linhas verticais e horizontais são posicionadas em planos que não se interceptam, fazendo com que cada elemento exista independentemente e sem ser obstruído por outros elementos. Exemplos disso são a Casa Rietveld Schröder e a cadeira Red/Blue, ambos trabalhos de Gerrit Thomas Rietveld. A cadeira Red/Blue, além de ser pioneira no uso da teoria do design neoplástico nas artes aplicadas, serviu de inspiração para a cadeira B3 Wassily, de Marcel Breuer (1925).
A cadeira Red/Blue de Reitveld e a cadeira B3 Wassily de Breuer
Sobre os princípios estéticos do De Stijl, Doesburg dizia que "esses meios plásticos universais foram descobertos na pintura moderna mediante o processo de consistente abstração da forma e da cor. Uma vez descobertos, surgiu, quase espontaneamente, uma plástica exata do puro relacionamento - e, assim, a essência de toda emoção que envolve a beleza plástica." O fato de que Mondrian e Doesburg acreditassem ter chegado à fórmula definitiva para a nova arte é indicado pelo nome do grupo - O Estilo - e por seu lema :
-> 1º fase de 1916 a 1921, formativa e centrada na Holanda.
-> 2º fase de 1921 a 1925, de maturidade e de disseminação Internacional.
-> 3º fase de 1925 a 1931, de transformação e dissolução final.
Cartaz de Bart van Der Leck
Pôster para La section d’or
O pôster exemplifica bem porque o De Stijl é considerado um movimento de vanguarda. Aspectos marcantes são sua tipografia inovadora, a preocupação com a composição, o tamanho da fonte e a simplicidade da imagem. Todos esses elementos atestam a preocupação com a linguagem visual.
A Revista De Stijl
O movimento permaneceu ativo e coeso por menos de 15 anos, mas sua influência pode ser sentida até hoje. Os textos da revista muitas vezes assumiam um aspecto de manifesto e, de fato, os princípios estéticos do grupo foram expostos em um com 8 itens publicado em novembro de 1918. O auge do movimento foi entre 1921 e 1925, quando Doesburg convidou vários artistas para participar do De Stijl e viajou muito propagando suas idéias. Nessa época, Doesburg deu aulas na Bauhaus que serviram para intensificar a tendência idealista dos mestres alemães e para internacionalizar, de fato, o movimento. Em 1924, Doesburg rompe com o grupo após propor a Teoria do Elementarismo, onde a linha diagonal era mais importante que a vertical e a horizontal. Mondrian, nesse episódio, recusou publicamente o grupo, pois o ângulo reto era um dos pilares fundamentais de sua teoria neoplástica (nome dado por Mondrian à sua teoria artística para explicar o seu estilo redutor). Em 1925 o De Stijl já mostrava alguns sinais de desgaste, não tendo se renovado e com muitos artistas procurando novos caminhos. Em 1928 a revista pára de circular, mas, devido à militância persistente de Doesburg, é afirmado por alguns especialistas que a dissolução só ocorreu em 1931, quando ele morreu. (Acima, à direita: cartazes da Bauhaus de 1923 com o estilo De Stijl )
Página original da revista De Stijl
É interessante notar que a página está diagramada em duas colunas, comprovando a compromisso da revista com o funcionalismo (a revista era enviada pelo correio e, por isso, dobrada ao meio).
Theo van Doesburg
Curiosidades:
- Doesburg também editou quatro números de revista dadaísta Mécano.
- Juntamente com Kurt Schwitters e El Lissitzki criou ilustrações para um livro infantil, O Espantalho, de Schwitters, usando apenas tipos da gráfica.
Piet Zwart
Símbolo pessoal de Piet Zwart, que ele utilizava como sua assinatura. Em holandês, "zwart" quer dizer preto.
Piet Zwart é muito conhecido pelos seus trabalhos para a Fábrica de Cabos da Holanda (Nederlandse Kabelfabriek Delft) e para a companhia estatal dos Correios, Telégrafos e Telefones e por ser um pioneiro na tipografia moderna. Zwart detinha um amplo domínio das técnicas de tipografia e da comunicação visual: sua composição era livre e alegre. Ele brincava com as palavras tipográficas e também soube fazer uso da fotografia e da colagem (fotomontagem).
Piet Zwart foi um artista extremamente inovador pois combinou a liberdade criativa do dadaísmo com o funcionalismo formal do De Stijl, brincou com a construção das palavras e integrou a tipografia aos outros elementos visuais. Zwart sabia muito bem o que era necessário para chamar a atenção das pessoas e suas composições tinham a característica de terem sua mensagem facilmente captável. Seu trabalho pode ser reconhecido pelo uso de cores primárias, formas geométricas padrões de palavras repetidas e o uso de fotomontagem.
Cartazes para a companhia holandesa de correios e telégrafos – Dutch PTT . Feito para crianças, os textos desses cartazes foram feitos para ensinar crianças a utilizar os meios modernos de comunicação. Piet foi inicialmente convidado a elaborar selos para a companhia, mas depois sua colaboração se estendeu ao desenho gráfico geral.Het boek van PTT foi realizado em 1938.
Zwart criou um total de 275 designs em 10 anos trabalhando para a Fábrica de Cabos da Holanda, quase todos trabalhos tipográficos. Ele deixou o cargo em 1933 para se tornar um designer industrial, de interiores e de móveis.
Cartazes para a Fábrica de Cabos da Holanda - alguns de seus 275 trabalhos
Piet Zwart foi convidado a dirigir o departamento gráfico da Bauhaus em 1928, mas recusou o cargo e apenas lecionou lá. Além disso, emprestou seu nome a uma das mais prestigiadas escolas de design dos Países Baixos, o Piet Zwart Institute. Zwart teve grande aproximação com Kurt Schwitters e Paul Schuitema – com este último desenvolveu o jornal quinzenal de vanguarda ‘De 8 em Ophbouw’ (O 8 e a Construção) que se utilizava das mais recentes técnicas gráficas.
Outros cartazes de Piet Zwart
J. L. M. Lauweriks
exemplo de fonte sans serif
Tipografia
A Rubber Vloeren é uma tipografia adaptada de um alfabeto desenhado à mão por Piet Zwart usado para uma série de propagandas para pisos de borracha nos Países Baixos (cartaz original abaixo à esquerda). O alfabeto Rubber Vloeren foi usado por Zwart em várias outras ocasiões.
A influência no pós-moderno
1. Wim Crouwel e seus projetos tipográficos lançados pela the Foundry.
2. selos postais em homenagem ao movimento de Stijl, 1983.
3. cartazes desenvolvidos por Wim Crouwel, 1960 e 1967.
Hendrik Berlage
"A verdadeira arte não é só a expressão de um sentimento, mas também o resultado de uma inteligência viva."
Hendrik Berlage nasceu em Amsterdão em 1854. Foi arquiteto e design holandês. É considerado um dos primeiros arquitetos modernos holandeses que desde os seus trabalhos iniciais rejeita a ornamentação e usa elementos construtivos e estruturais como motivos de composição ao invés de os esconder, como era considerado obrigatório na época.
A Bolsa de Amsterdão (1898-1903), foi o mais importante edifício
projetado na época e influenciou os arquitetos holandeses da geração seguinte:
- os funcionalistas do movimento de Stijl pelo uso racional dos elementos construtivos;- os expressionistas, pela forma expressiva como utiliza os materiais.
Aquartis